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A Missão de Deus em Lucas 10: Reflexões Missiológicas

  A Missão de Deus em Lucas 10: Reflexões Missiológicas Introdução Lucas 10 é um capítulo essencial para a compreensão missiológica da missão de Deus através de Jesus Cristo. Neste capítulo, Jesus envia setenta e dois discípulos para pregar e curar, destaca a importância do amor ao próximo através da parábola do Bom Samaritano e nos ensina sobre a prioridade da devoção ao visitar a casa de Marta e Maria. Essas passagens oferecem um panorama rico para a reflexão missiológica, mostrando como a missão de Deus é praticada e vivenciada. 1. O Envio dos Setenta e Dois Discípulos Jesus envia setenta e dois discípulos para ir às cidades e aldeias, instruindo-os a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos. Este envio em duplas é um modelo de missão comunitária e colaborativa, onde a confiança em Deus e a parceria humana são essenciais. - Missão Comunitária: O envio dos discípulos em pares destaca a importância da comunhão e do apoio mútuo na missão. A tarefa de an...

O QUE VOCÊ ACHA DOS LIVROS APÓCRIFOS FAZEREM PARTE DA BÍBLIA SAGRADA? - LER MAIS

 

O QUE VOCÊ ACHA DOS LIVROS APÓCRIFOS FAZEREM 

PARTE DA BÍBLIA SAGRADA?


INTRODUÇÃO

Na organização da Septuaginta, nos Séculos I e III a.C., foram inseridos documentos em hebraico, aramaico e grego que não faziam parte do cânon original.

A Igreja Católica Apostólica Romana adotou em 400 d.C., e decidiu, no Concílio de Trento (1546) incorporar em sua Bíblia 7 livros apócrifos: Judite, Tobias, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, 1º Macabeus e 2º Macabeus, além de fragmentos de Daniel e Ester.

Os defensores da reforma protestante excluíram do cânone todos os livros ou fragmentos que não correspondiam ao texto hebraico massorético.

DESENVOLVIMENTO

Os livros apócrifos são livros que não fazem parte da lista oficial da Bíblia. Os apócrifos podem ter valor histórico e moral mas não foram inspirados por Deus, portanto não servem para formar doutrinas (ensinamentos fundamentais). A Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa aceitam alguns livros apócrifos como parte da Bíblia.

Apócrifo” vem de uma palavra grega que significa “oculto”. A Bíblia tem 66 livros que todas as igrejas aceitam como inspirados por Deus. Vários outros livros relacionados mas não inspirados também foram escritos ao longo do tempo. Esses livros são chamados livros apócrifos, porque não fazem parte da Bíblia (foram “ocultados” da Bíblia, para evitar heresias e confusões).

Os livros apócrifos podem ter informação interessante e útil mas também têm ensinamentos duvidosos, que contradizem o resto da Bíblia. Alguns têm histórias fantasiosas e erros históricos. Seus ensinamentos não têm o mesmo valor que a palavra de Deus (2 Pedro 1:16). Por isso, não são publicados junto com a Bíblia. Não é bom misturar a verdade com o erro.

Esses livros são chamados de “deuterocanônicos” na Igreja Católica, porque somente foram oficialmente aceites como divinamente inspirados em 1546 d.C., no Concílio de Trento. Todos esses livros apócrifos pertencem ao Antigo Testamento e não são aceites pelos judeus como sendo inspirados por Deus.

Além desses livros, a Igreja Ortodoxa normalmente aceita:

1 e 2 Esdras

A Oração de Manassés

3 e 4 Macabeus

Salmo 151

As igrejas protestantes não reconhecem a inspiração ou autoridade desses livros, embora os protestantes não neguem que tais livros tenham valor. Eles ainda são usados em muitas igrejas protestantes hoje (como as igrejas episcopais, por exemplo).

A autoridade e autenticidade dos sete livros têm sido disputadas ao longo dos séculos (juntamente com capítulos adicionais em Ester e Daniel, e outros livros que os protestantes chamam de “apócrifos”). Até mesmo a Igreja Católica Romana não reconheceu oficialmente a autoridade desses livros até 1546, no Concílio de Trento. A Igreja Católica Romana ainda chama esses livros de “deuterocanônicos” (significando que eles estavam numa “segunda” lista de livros além daqueles inicialmente reconhecidos como canônicos).

A Reforma aconteceu antes de Trento, e a Bíblia Protestante contém os livros que a igreja tinha reconhecido oficialmente antes de Trento. De fato, o cânon já estava estabelecido desde os primeiros séculos antes do advento de Cristo, e o Antigo Testamento muito antes disso.

O argumento protestante contra incluir esses sete livros no Cânon tem vários elementos, incluindo mas não se limitando aos seguintes: os judeus (que constituíam a igreja antes de Cristo) não reconheciam esses livros como canônicos antes do tempo de Cristo. Na verdade, eles continuam até hoje rejeitando essas obras.

Embora Cristo tenha afirmado o cânon hebraico dos seus dias, ele em nenhum lugar afirmou essas obras extracanônicas.

As referências do Novo Testamento potencialmente extraídas desses livros (2 Pedro e Judas) não constituem endossos desses livros, mas antes endossos de algumas das ideias nesses livros (similar ao uso de Paulo da poesia pagã, conforme registrado em Atos 17). Não há outras referências a qualquer desses sete livros no Novo Testamento, e nenhuma confirmação deles.

Embora esses livros fossem conhecidos e até mesmos usados na igreja primitiva, eles não os reconheceram como autoritativos em nenhum dos sete concílios ecumênicos da igreja primitiva. Antes, a igreja aceitou o Cânon Hebraico tradicional. A igreja primitiva teve a oportunidade de aceitar esses sete livros adicionais, mas escolheu não fazê-lo. Em sua grande maioria, os protestantes são da opinião que essas obras eram conhecidas e foram usadas por mais de 1500 anos, e ainda assim sem serem consideradas canônicas. Trento repudiou o consenso de toda a história e tradição da igreja ao adicionar esses livros ao Cânon Católico Romano.

As igrejas da Reforma negaram e continuam a negar a reivindicação da Igreja Católica Romana ao Magistério. Em nosso entendimento das Escrituras, os ensinos encontrados nesses sete livros não são suficientemente coerentes com os outros livros canônicos.

Isso não quer dizer que os protestantes afirmam que esses livros sejam totalmente sem valor. Antes, consideramo-los tão valiosos como qualquer outro escrito humano não-inspirado. Também reconhecemos que eles fornecem importantes pistas históricas sobre as ideias e culturas das pessoas que os escreveram.

CONCLUSÃO

Considerando os argumentos apresentados, posiciono-me contra a existência de livros apócrifos na Bíblia. A Bíblia Sagrada, como é comumente referenciada não pode conter livros de autenticidade duvidosa e que não são ditos como inspirados por Deus. Sendo a Bíblia Santa e Sagrada, qualquer livro acrescentado é anátema, mesmo que tenham, indiscutivelmente, valor histórico e tradicional.

Então, respondendo à questão chave deste trabalho, eu sou contra a disposição dos apócrifos na Bíblia.


Gustavo Maders de Oliveira - Th.M.

21 de maio de 2022.

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