Do “ser” igreja
Há algum tempo tem sido debatido, muito polemicamente e por vezes muito radicalmente a questão de congregar ou não, em alguma igreja que se reúne nalgum templo, com uma determinada placa denominacional. Vamos fazer uma breve análise textual, sem muita hermenêutica:
Texto base:
Mateus 16:18
“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
E
eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na
terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será
desligado nos céus.”
A inauguração, porém, da igreja ocorreu algum tempo depois da ascensão de Jesus, no dia de pentecostes, narrado em Atos 2, (cumprindo profecia de Joel 2:28,29 e do próprio Jesus em Atos 1:8) e daí por diante…
O termo “igreja” vem do grego ekklesia, e significa chamados para fora (do pecado), ou, principalmente assembleia, ou reunião.
Igreja nunca significou templo, prédio feito de tijolos e pedras ou qualquer outro material. Igreja sempre significou pessoas, reunião de pessoas.
A igreja primitiva (do livro de Atos) se reunia nas casas. Depois, crescendo, começaram a se reunir nas sinagogas de judeus cristãos. Adiante, crescendo em número, foi necessária a construção de templos (o caso das igrejas de Corinto, Galácia, Éfeso, Tessalônica, Colossos, Filipos, etc).
Mas,
“O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;” (Atos 17:24)
E...
“Não
sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus
habita em vós?”
(1 Coríntios 3:16)
A própria expressão: “ir à igreja” está errada biblicamente! O correto seria ir ao templo, ou ir ao templo da igreja tal...
Agora, sendo nós o templo do Espírito Santo, não quer dizer que devemos deixar de congregar. Pelo contrário, veja:
“Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia.” (Hebreus 10:25)
Penso, e concluo que “a brasa fora do braseiro se esfria e se apaga”. Mas também não sou ortodoxo ao ponto de dizer que a igreja necessite de templo para se reunir. Uma reunião em casa (tipo culto doméstico) é igreja; uma reunião via internet, apesar de mais fria, é igreja (devemos aceitar a evolução, isso não tem volta). Melhor seria que a igreja se reunisse no templo, que é uma estrutura apropriada, mas não podemos desprezar outros modais mais contemporâneos.
Que o Senhor nos dê sabedoria para entendermos os seus desígnios.
Porto Belo, 30 de setembro de 2022.
Prof. Dr. Gustavo Maders de Oliveira
Teólogo/Missiólogo
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