Pular para o conteúdo principal

A Missão de Deus em Lucas 10: Reflexões Missiológicas

  A Missão de Deus em Lucas 10: Reflexões Missiológicas Introdução Lucas 10 é um capítulo essencial para a compreensão missiológica da missão de Deus através de Jesus Cristo. Neste capítulo, Jesus envia setenta e dois discípulos para pregar e curar, destaca a importância do amor ao próximo através da parábola do Bom Samaritano e nos ensina sobre a prioridade da devoção ao visitar a casa de Marta e Maria. Essas passagens oferecem um panorama rico para a reflexão missiológica, mostrando como a missão de Deus é praticada e vivenciada. 1. O Envio dos Setenta e Dois Discípulos Jesus envia setenta e dois discípulos para ir às cidades e aldeias, instruindo-os a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos. Este envio em duplas é um modelo de missão comunitária e colaborativa, onde a confiança em Deus e a parceria humana são essenciais. - Missão Comunitária: O envio dos discípulos em pares destaca a importância da comunhão e do apoio mútuo na missão. A tarefa de an...

Missão da Igreja: evangelização de todos os povos

 

Missão da Igreja: evangelização de todos os povos


A ordem de Jesus deixada aos crentes, conforme registrada no evangelho segundo Mateus, capítulo 28, versículo 19: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações…”, e a abrangência da Missão, enfatizada no primeiro capítulo do livro de Atos, versículo 8: “… até os confins da terra”, apontam para uma finalidade: a igreja tem a urgente tarefa de ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura (Marcos 16:15). Esse evangelho precisa ser pregado no mundo todo, conforme Mateus 24, versículo 14 (o princípio das dores), para o retorno de Cristo em glória.

A missão primária da igreja é a proclamação do evangelho de Cristo e a reunião dos crentes em igrejas locais (congregações, paróquias), para serem edificados na fé e tornados eficazes no serviço, e assim implantar novas congregações no mundo. A perda do enfoque missionário da igreja, independentemente da orientação (católica, ortodoxa ou protestante) e denominação eclesiástica (Igreja Assembleia de Deus, Igreja Metodista, Igreja Batista, Igreja Presbiteriana, etc) constitui a problemática principal no desenvolvimento da evangelização de todos os povos e, resgatar a missão primária do Povo de Deus na terra é o desafio para a cristandade no Século XXI, e o objeto de estudo deste tema, cujo objetivo está firmado na possibilidade de obter-se uma igreja segundo o propósito original de Deus (uma igreja multiplicadora).

Pela ordem de Jesus, designada Grande Comissão (Mateus 28:16-20; Marcos 16:15-16), todo discípulo, isto é, todo crente em Jesus é um evangelista em potencial (pelo menos deveria ser). Olhando-se para a história eclesiástica, percebe-se que a igreja contemporânea (Séculos XX e XXI) é caracterizada pela apostasia, da “mornidão” espiritual, onde o evangelismo e missões ficaram, quase que prioritariamente nas mãos de missionários vocacionados comissionados, e por evangelistas proeminentes, que pregavam para multidões; na contrapartida, a igreja dos Séculos XVIII e XIX viveu a chamada “era das missões” – foi quando o protestantismo mais cresceu, espalhando-se pelo Ocidente.

Tal qual a igreja de Laodiceia (Apocalipse 3:14-22), a igreja contemporânea ostenta muitas “riquezas”, e perdeu o foco na evangelização. Hoje vemos grandes e imponentes templos, instrumentos musicais caríssimos, equipamentos multimídia de última geração. Percebe-se uma ênfase no louvor, e na pregação daquilo que o povo quer ouvir (o que incha a igreja), e uma pobreza evangelística. E, com exceções, se tem observado muito pouca instrução e investimento em missões, mesmo que locais. A abrangência da missão: Jerusalém, Judeia e Samaria e até os confins da terra (Atos 1:8) não tem sido mais lembrada e ensinada à congregação. O que se vê é que missões estaduais, nacionais e transculturais “é coisa das agências missionárias”, e que recolher ofertas e orar pelos missionários que estão no campo tem sido o bastante. No entanto, a igreja não se envolve de fato nem na missão local, na “Jerusalém”…

Julga-se mister uma grande mudança na educação religiosa. A começar pelos líderes, esses precisam ser preparados para o ministério eclesiástico com uma atenção especial para evangelismo e missões, e a igreja precisa ser preparada e verdadeiramente desafiada a evangelizar; precisa investir nos vocacionados e enviá-los (com a parceria de uma agência missionária) ao campo, sustentar em oração e financeiramente, para a continuidade e manutenção da missão.

A igreja local pode utilizar da Escola Bíblica Dominical (EBD) para a qualificação dos seus membros. Pode-se também criar cursos om line, ou videoaulas em plataformas tipo YouTube. As crianças precisam aprender a evangelizar desde cedo, como anunciar o Plano da Salvação. A triste realidade é que hoje nem os adultos sabem usar o versículo de João 3:16 para evangelizar, obviamente com exceções.

Hoje a realidade é que poucos estão mesmo comprometidos com Deus a ponto de sacrificarem algum tempo de suas vidas para fazerem a obra de evangelização. Obra esta que Cristo e os discípulos deram suas vidas para realizarem. Atualmente, cerca de 95% dos crentes de nossas igrejas, jamais ganharam uma alma para Jesus.

A Igreja prepara pessoas caridosas, bons dizimistas, crentes assíduos aos cultos, mas não prepara evangelistas, pessoas capazes de abrir a Bíblia e apresentar com eficácia o Plano de Salvação para o perdido.

            Se a seara é grande e os trabalhadores poucos, há de se desafi
ar os crentes a trabalhar na evangelização em sua igreja, levando toda a congregação a despertar para essa grande necessidade.

            É muito importante que todos da equipe tenham os mesmos objetivos (alcançar vidas para Cristo). É redundante, mas a missão primária de igreja é missões!



Porto Belo, 13 de novembro de 2023.



Gustavo Maders de Oliveira - D.Miss.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As 3 viagens missionárias de Paulo

  AS TRÊS VIAGENS MISSIONÁRIAS DO APÓSTOLO PAULO As três viagens missionárias do Apóstolo Paulo são cruciais para entender a disseminação inicial do Cristianismo no mundo greco-romano. Aqui está um resumo das três viagens: Primeira Viagem Missionária (46-49 d.C.) - Atos 13 A primeira viagem missionária de Paulo começou por volta de 46 d.C., pouco após a conversão de Paulo ao cristianismo. Ele partiu de Antioquia da Síria, acompanhado por Barnabé e, mais tarde, por João Marcos. Esta jornada foi uma resposta ao chamado divino para pregar o Evangelho aos gentios. Principais paradas incluíram Chipre, onde pregaram em Salamina e Pafos, e várias cidades na Ásia Menor (atual Turquia), como Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe. Durante esta viagem, Paulo enfrentou tanto aceitação quanto resistência. Ele enfrentou perseguição e hostilidade, especialmente daqueles que se opunham ao Evangelho. No entanto, muitos gentios e alguns judeus se converteram ao cristianismo, f...

Pré, Mid ou Pós-Tribulacionismo?

  TEOLOGIA SISTEMÁTICA – ESCATOLOGIA TRIBULACIONISMO O termo “tribulacionismo” refere-se a uma crença ou doutrina dentro do Cristianismo que se concentra no período da tribulação, um tempo de grande sofrimento e provações mencionadas na Bíblia, especialmente no livro do Apocalipse. Existem diferentes interpretações sobre quando ocorrerá esse período em relação ao retorno de Jesus Cristo. I - Pré-tribulacionismo O pré-tribulacionismo é uma doutrina teológica que afirma que a Segunda Vinda de Jesus Cristo (parousia 1 ) ocorrerá em duas fases distintas: primeiro, Ele virá secretamente para arrebatar sua igreja (os cristãos fiéis) da Terra antes de um período de tribulação de sete anos. Este período será um tempo de julgamento e sofrimento para aqueles que não aceitaram a Cristo como seu salvador. As bases bíblicas mais comuns para o pré-tribulacionismo incluem: 1 Tessalonicenses 4:16-17 : Esta passagem descreve a ressurreição dos mortos em Cristo e o ar...

MALDIÇÃO HEREDITÁRIA - Refutação à luz da Bíblia Sagrada

  MALDIÇÃO HEREDITÁRIA Refutação à luz da Bíblia Sagrada A maldição hereditária é a crença de que certos problemas ou eventos negativos podem ser transmitidos de geração em geração dentro de uma família. Essa ideia sugere que as ações ou pecados dos antepassados podem afetar negativamente os descendentes, criando uma espécie de “herança” espiritual ou energética. No contexto religioso, especialmente nalguns grupos evangélicos, acredita-se que essas maldições podem ser quebradas através de orações e rituais específicos. No entanto, há debates teológicos sobre a validade dessa crença, com algumas interpretações bíblicas sugerindo que cada pessoa é responsável pelos seus próprios atos e não deve carregar os pecados dos pais. O texto áureo da crença na maldição hereditária é Êxodo 20:5 : "Não te inclinarás a elas, nem as servirás; porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visita a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração do...